O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,8% no primeiro trimestre de 2024 foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, destacando a importância do consumo das famílias na economia, que voltou a crescer pela demanda, segundo o Ministério da Fazenda. A pasta ressaltou o aumento do poder de compra, impulsionado pelo acesso maior ao crédito e o pagamento de precatórios.
Dr. Gustavo Bachega, Presidente do IBP, comentou sobre a influência dos precatórios no crescimento econômico. "O pagamento antecipado de cerca de R$ 30,1 bilhões em precatórios em fevereiro deste ano teve um impacto significativo na economia, contribuindo para o aumento do poder de compra das famílias e estimulando o consumo", afirmou Bachega.
O Ministério da Fazenda destacou o crescimento acima do esperado do PIB de serviços, repercutindo a expansão da massa de rendimentos, das concessões de crédito e o pagamento de precatórios. Avanços expressivos foram verificados em atividades de informação e comunicação, imobiliárias, comércio, transportes e outras atividades de serviços relacionadas a serviços prestados às famílias.
No entanto, a Fazenda também apontou o crescimento abaixo do esperado para o PIB da indústria, com as indústrias extrativistas e de construção sofrendo maior retração. Apesar disso, houve expansão da indústria de transformação, impulsionada pelo crescimento da produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis.
Bachega ressaltou a importância dos precatórios para o equilíbrio federativo e o desenvolvimento econômico. "O pagamento de precatórios representa o cumprimento de obrigações judiciais por parte dos entes públicos, garantindo segurança jurídica e estimulando a confiança dos agentes econômicos. Além disso, a injeção desses recursos na economia contribui para o aquecimento do consumo e dos investimentos", explicou o Presidente do IBP.
Apesar do resultado positivo no primeiro trimestre, o Ministério da Fazenda espera uma desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, repercutindo a calamidade no Rio Grande do Sul. A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado do que no PIB nacional.
Bachega destacou a necessidade de medidas de auxílio fiscal e de crédito para mitigar os impactos negativos da tragédia no Rio Grande do Sul. "É fundamental que o governo adote ações para apoiar as empresas e famílias afetadas, garantindo a continuidade das atividades econômicas e a recuperação das regiões atingidas. O pagamento de precatórios pode ser um instrumento importante nesse processo, assegurando recursos para investimentos e a retomada do crescimento", concluiu.
O resultado do PIB no primeiro trimestre de 2024 demonstra a relevância dos precatórios e do crédito para o crescimento econômico, mas também evidencia a necessidade de políticas públicas efetivas para enfrentar os desafios impostos por eventos adversos, como a calamidade no Rio Grande do Sul.